Governador do RN pede manutenção de operações de créditos a Levy
Governardor Robinson Faria fez pedido em nome dos
colegas nordestinos (Foto: Ivanísio Ramos/G1)
O governador
Robinson Faria (PSD) abriu o 3º Encontro dos Governadores do Nordeste pedindo
ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que as operações de crédito com os
estados do Nordeste não sejam interrompidas diante da crise econômica do
Brasil. Robinson ressaltou que é preciso a união dos estados da região Nordeste
para a unificação de um discurso sólido, consciente e com amparo no grito das
ruas para promover a agenda de crescimento regional.
"Para
ultrapassar a crise política e financeira o Brasil precisa da dose certa de
ousadia, otimismo e inovação. Estou certo do papel fundamental do Nordeste para
ajudar o país a avançar, não mais como coadjuvante, mas sim como a mola
propulsora capaz de transformar suas riquezas naturais e humanas em patrimônio
do país", disse o governador do Rio Grande do Norte.
O encontro
aconteceu nesta sexta-feira (8) em Natal e contou com a presença dos
nove governadores dos estados do nordeste, além dos ministros da Fazenda,
Joaquim Levy, e de assuntos estratégicos, Managabeira Unger.
Robinson Faria
ressaltou ainda que o Brasil tem 16,27 milhões de pessoas em situação de
extrema pobreza, o que representa 8,5% da população, e que a região Nordeste
concentra a maior parte dos extremamente pobres - 9,61 milhões de pessoas.
"É este Nordeste que queremos transformar. Não é utopia. A região já é a
que mais cresce no país", disse o governador.
Em relação
especificamente ao Rio Grande do Norte, Robinson Faria citou
a importância da continuidade de operações de créditos para a conclusão de
obras como a barragem de Oiticica, a adutora do Alto Oeste e os acessos para o
aeroporto para o crescimento do estado.
'Falta projeto ao Nordeste', diz ministro de Assuntos Estratégicos
Felipe GibsonDo G1 RNOOK
Mangabeira Unger
participa de reunião com governadores do Nordeste em Natal (Foto: Ivanísio
Ramos/G1)
O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto
Mangabeira Unger, afirmou que falta ao Nordeste um projeto de desenvolvimento.
Exaltando o potencial empreendedor da região, Mangabeira apontou diretrizes
para guiar projetos e ações voltados para o desenvolvimento da região. As
ideias foram colocadas em palestra ministrada nesta sexta-feira (8) no Fórum
dos Governadores do Nordeste, em Natal.
De acordo com Mangabeira, a política de
compensações adotada para a região é "retrógrada". "É preciso
acalentar vanguardas e vanguardismos alternativos do país. Identificar os
agentes já existentes, ir ao encontro deles e provê-los de instrumentos e
oportunidades", disse o ministro, colocando que a estratégia de
desenvolvimento do Nordeste pode guiar a estratégia de desenvolvimento
nacional. "Não existe solução para o país sem solução para o
Nordeste", diz.
O ministro acredita que as grandes obras atraídas pela região e a entrada da população
em vagas de baixa qualificação têm funcionado como ilusões. "A aliança dos
dois, o enclavismo e pobrismo, é um veneno que disfarça a falta de
projeto", explica Mangabeira, destacando o semiárido como fundamental na
estratégia de desenvolvimento nordestina.
Entre as diretrizes destacadas pelo ministro estão
o incentivo ao empreendedorismo e à inventividade tecnológica. "É como se
houvesse vários inventores autoditada", disse Mangabeira. Para o ministro,
é necessário repensar também a relação entre as grandes obras e a economia
nordestina. Dentro desta lógica, Mangabeira defende que os grandes
empreendimentos envolvam projetos subsidiários e não se limitem a fornecer
postos de trabalhos de baixa qualificação.
"Nunca foi tão necessária à nação a rebeldia
nordestina. Ao rebelar-se contra um modelo de desenvolvimento que nega braços,
asas e olhos à sua assombrosa vitalidade, o Nordeste falará para o
Brasil", concluiu.
'Todas as atividades do governo dependem de ajuste fiscal', diz Levy
Felipe GibsonDo G1 RN
Ministro Joaquim Levy participou de reunião com
governadores nordestinos no RN (Foto: Elias Medeiros/G1)
O ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta sexta-feira (8), no Rio Grande do Norte, que todas as
atividades do governo, como manutenção de programas sociais, dependem da
implantação de um ajuste fiscal, ou seja, do reequilíbrio das receitas e
despesas da União.
Em visita a
Natal, onde participou do Fórum dos Governadores do Nordeste, Levy ressaltou a
importância da aprovação das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo
federal. O Congresso Nacional discute, atualmente, duas medidas provisórias
editadas, em dezembro, pelo Executivo que propõem ajustes nas contas públicas,
com novos critérios de acesso ao seguro-desemprego e às
pensões por morte.
Estamos
trabalhando no Congresso para obter a receita necessária para continuar
programas como o Minha Casa, Minha Vida"
Joaquim
Levy, ministro da Fazenda
"Todas as atividades do governo dependem de um
ajuste fiscal, dependem de termos as receitas necessárias para poder pagar. A
gente não pode gastar mais do que nossas receitas. Então, nós precisamos ter
essas receitas, e é isso que vem sendo discutido no Congresso", disse o
ministro da Fazenda.
Levy disse que o governo federal tem feito "um
grande esforço" para manter todos seus programas sociais, como o Bolsa
Família e o Minha Casa, Minha Vida. Conforme ele, as duas MPs que estão em
tramitação no parlamento são importantes para a União obter o dinheiro
necessário para bancar, por exemplo, projetos habitacionais e de transferência
de renda.
"Estamos trabalhando no Congresso para obter a
receita necessária para ter o dinheiro para continuar programas como o Minha
Casa, Minha Vida", observou.
Indagado por repórteres sobre se, diante do ajuste
fiscal, poderia faltar dinheiro para manter o programa habitacional do governo
federal, Levy ponderou que o Executivo está discutindo meios para assegurar o
equilíbrio das contas a ponto de não ocorrer uma "queda súbita" do
Minha Casa, Minha Vida.
"É isso que a gente está discutindo para a
gente ter, dentro do planejamento fiscal, da capacidade fiscal do país,
recursos para não ter uma queda súbita do Minha Casa, Minha Vida, porque isso
não está nos planos do governo."
Governadores do Nordeste se reuniram nesta sexta
(8), em Natal (Foto: Elias Medeiros/G1)
Segundo ele, ficou "muito claro" durante
as discussões do ajuste fiscal implementado pela presidente Dilma Rousseff que
os governadores têm confiança na chefe do Executivo federal.
"A marca do governo tem que ser, sempre, o
diálogo e a confiança dos governadores com a presidente Dilma, o apoio ao
ajuste fiscal ficou muito claro", enfatizou.
O titular da Fazenda ressaltou ainda que o governo
federal e as administrações estaduais, daqui para frente, irão discutir como
promover uma política regional "concreta", envolvendo mais
investimentos, atração de empresas para a região e criação de empregos.