sábado, 9 de maio de 2015

Governador do RN pede manutenção de operações de créditos a Levy

Governador do RN pede manutenção de operações de créditos a Levy
Fernanda ZauliDo G1 RN
Governardor Robinson Faria fez pedido em nome dos colegas nordestinos (Foto: Ivanísio Ramos/G1)

O governador Robinson Faria (PSD) abriu o 3º Encontro dos Governadores do Nordeste pedindo ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que as operações de crédito com os estados do Nordeste não sejam interrompidas diante da crise econômica do Brasil. Robinson ressaltou que é preciso a união dos estados da região Nordeste para a unificação de um discurso sólido, consciente e com amparo no grito das ruas para promover a agenda de crescimento regional.
"Para ultrapassar a crise política e financeira o Brasil precisa da dose certa de ousadia, otimismo e inovação. Estou certo do papel fundamental do Nordeste para ajudar o país a avançar, não mais como coadjuvante, mas sim como a mola propulsora capaz de transformar suas riquezas naturais e humanas em patrimônio do país", disse o governador do Rio Grande do Norte.
O encontro aconteceu nesta sexta-feira (8) em Natal e contou com a presença dos nove governadores dos estados do nordeste, além dos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e de assuntos estratégicos, Managabeira Unger.

Robinson Faria ressaltou ainda que o Brasil tem 16,27 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, o que representa 8,5% da população, e que a região Nordeste concentra a maior parte dos extremamente pobres - 9,61 milhões de pessoas. "É este Nordeste que queremos transformar. Não é utopia. A região já é a que mais cresce no país", disse o governador.
Em relação especificamente ao Rio Grande do Norte, Robinson Faria citou a importância da continuidade de operações de créditos para a conclusão de obras como a barragem de Oiticica, a adutora do Alto Oeste e os acessos para o aeroporto para o crescimento do estado.

'Falta projeto ao Nordeste', diz ministro de Assuntos Estratégicos
Felipe GibsonDo G1 RNOOK
Mangabeira Unger participa de reunião com governadores do Nordeste em Natal (Foto: Ivanísio Ramos/G1)

O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, afirmou que falta ao Nordeste um projeto de desenvolvimento. Exaltando o potencial empreendedor da região, Mangabeira apontou diretrizes para guiar projetos e ações voltados para o desenvolvimento da região. As ideias foram colocadas em palestra ministrada nesta sexta-feira (8) no Fórum dos Governadores do Nordeste, em Natal.
De acordo com Mangabeira, a política de compensações adotada para a região é "retrógrada". "É preciso acalentar vanguardas e vanguardismos alternativos do país. Identificar os agentes já existentes, ir ao encontro deles e provê-los de instrumentos e oportunidades", disse o ministro, colocando que a estratégia de desenvolvimento do Nordeste pode guiar a estratégia de desenvolvimento nacional. "Não existe solução para o país sem solução para o Nordeste", diz.

O ministro acredita que as grandes obras atraídas pela região e a entrada da população em vagas de baixa qualificação têm funcionado como ilusões. "A aliança dos dois, o enclavismo e pobrismo, é um veneno que disfarça a falta de projeto", explica Mangabeira, destacando o semiárido como fundamental na estratégia de desenvolvimento nordestina.
Entre as diretrizes destacadas pelo ministro estão o incentivo ao empreendedorismo e à inventividade tecnológica. "É como se houvesse vários inventores autoditada", disse Mangabeira. Para o ministro, é necessário repensar também a relação entre as grandes obras e a economia nordestina. Dentro desta lógica, Mangabeira defende que os grandes empreendimentos envolvam projetos subsidiários e não se limitem a fornecer postos de trabalhos de baixa qualificação.
"Nunca foi tão necessária à nação a rebeldia nordestina. Ao rebelar-se contra um modelo de desenvolvimento que nega braços, asas e olhos à sua assombrosa vitalidade, o Nordeste falará para o Brasil", concluiu.
'Todas as atividades do governo dependem de ajuste fiscal', diz Levy
Felipe GibsonDo G1 RN
Ministro Joaquim Levy participou de reunião com governadores nordestinos no RN (Foto: Elias Medeiros/G1)

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta sexta-feira (8), no Rio Grande do Norte, que todas as atividades do governo, como manutenção de programas sociais, dependem da implantação de um ajuste fiscal, ou seja, do reequilíbrio das receitas e despesas da União.
Em visita a Natal, onde participou do Fórum dos Governadores do Nordeste, Levy ressaltou a importância da aprovação das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo federal. O Congresso Nacional discute, atualmente, duas medidas provisórias editadas, em dezembro, pelo Executivo que propõem ajustes nas contas públicas, com novos critérios de acesso ao seguro-desemprego e às pensões por morte.
Estamos trabalhando no Congresso para obter a receita necessária para continuar programas como o Minha Casa, Minha Vida"
Joaquim Levy, ministro da Fazenda
"Todas as atividades do governo dependem de um ajuste fiscal, dependem de termos as receitas necessárias para poder pagar. A gente não pode gastar mais do que nossas receitas. Então, nós precisamos ter essas receitas, e é isso que vem sendo discutido no Congresso", disse o ministro da Fazenda.
Levy disse que o governo federal tem feito "um grande esforço" para manter todos seus programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. Conforme ele, as duas MPs que estão em tramitação no parlamento são importantes para a União obter o dinheiro necessário para bancar, por exemplo, projetos habitacionais e de transferência de renda.

"Estamos trabalhando no Congresso para obter a receita necessária para ter o dinheiro para continuar programas como o Minha Casa, Minha Vida", observou.
Indagado por repórteres sobre se, diante do ajuste fiscal, poderia faltar dinheiro para manter o programa habitacional do governo federal, Levy ponderou que o Executivo está discutindo meios para assegurar o equilíbrio das contas a ponto de não ocorrer uma "queda súbita" do Minha Casa, Minha Vida.
"É isso que a gente está discutindo para a gente ter, dentro do planejamento fiscal, da capacidade fiscal do país, recursos para não ter uma queda súbita do Minha Casa, Minha Vida, porque isso não está nos planos do governo."


Governadores do Nordeste se reuniram nesta sexta (8), em Natal (Foto: Elias Medeiros/G1)

Segundo ele, ficou "muito claro" durante as discussões do ajuste fiscal implementado pela presidente Dilma Rousseff que os governadores têm confiança na chefe do Executivo federal.
"A marca do governo tem que ser, sempre, o diálogo e a confiança dos governadores com a presidente Dilma, o apoio ao ajuste fiscal ficou muito claro", enfatizou.
O titular da Fazenda ressaltou ainda que o governo federal e as administrações estaduais, daqui para frente, irão discutir como promover uma política regional "concreta", envolvendo mais investimentos, atração de empresas para a região e criação de empregos.